domingo, setembro 18, 2005

Depois de um tempo

Vou fazer uma das coisas que mais odeio, pois não tenho alternativa, por enquanto. Essa coisa é escrever um texto que fala sobre a impossibilidade de usar as palavras para dizer o que se pretende. Sabe aquela coisa de "eu gostaria de poder falar que... e...". Raramente fica bom, mas há exceções.

O caso é que eu gostaria de escrever, o que vou expor, de forma artística, para que pudesse despertar ao menos um pouco de empatia ao sentimento que a idéia conduz. Ainda não consegui. Então, vou colocar em poucas e nada explicativas palavras:


Depois de um tempo escrevendo para o público, e lendo todo o tipo de obra literária, duas perguntas se instalaram na minha cabeça. A primeira é: por que é tão bom escrever e ser lido? A segunda é: qual a validade de escrever e ser lido? Ambas se multiplicam em diversas outras perguntas, uma das quais: é universal o desejo de colocar em palavras idéias e acontecimentos?

Não falo apenas de palavras escritas. Quem não gosta de contar aos amigos o que aconteceu? É como se contar fizesse da coisa algo real. Mas é o contrário, as palavras tentam imitar o real e nunca conseguem com exatidão.

Escrever sobre si mesmo é atribuir-se exagerada auto-importância. Sendo seis bilhões de pessoas, o que faz de você alguém mais interessante de se ler do que outro? Imagine se cada pessoa do mundo escrevesse uma auto-biografia... É melhor nem pensar nessa chatice.

Enquanto não respondo as perguntas, vou escrevendo. Porque de uma coisa eu tenho certeza: eu realmente tenho vontade de escrever, mesmo depois de tanto tempo.

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