segunda-feira, agosto 29, 2005

Os congressos

Fui a dois congressos. Um deles de Biologia Experimental, em Águas de Lindóia e outro sobre Psicoterapia e Medicina Comportamental, em Campinas. Os dois foram muito bons. Vou escrever um pouco sobre cada congresso e sobre as cidades onde foram realizados. Talvez isso não interesse muito a quem não é psicólogo, mas enfim... Aconteceu, então vou relatar aqui. Sempre há algo interessante para se ler nos relatos.

FESBE EM ÁGUAS DE LINDÓIA
A FESBE é a Federação de Sociedades de Biologia Experimental. Assim que eu vi a lista de programação do congresso, olhei para o céu e me perguntei o que eu estava fazendo ali. Apesar de eu ter dois trabalhos (painéis) para apresentar, tanto os painéis quanto eu não éramos exatamente o padrão por ali. Eu era, sem dúvida, um dos únicos psicólogos do congresso. A maioria das pessoas eram médicos, biólogos, farmacologistas, nutricionistas e por aí vai... Ainda que houvesse pouca coisa semelhante ao meu trabalho, as pessoas, em geral, gostaram do que apresentei.

O que me chamou mais atenção, no entanto, foi a ciência que exalava de tudo que estava ali. Como cientista, curti demais aquele clima de propagação do conhecimento. Como psicólogo, fiquei decepcionado por não ver o mesmo nos congressos de Psicologia. A constatação de que a Psicologia ainda tem muito a aprender caiu como um raio na minha cabeça. Acredito que a gente ainda chega lá.

Não aproveitei muito da cidade tranqüila. Claro que existe aquela praça no centro da cidade, as pessoas acostumadas a turistas estão sempre sorrindo, e o clima estava bom. Fiquei pouco tempo lá, porém, e não pude aproveitar as festas. Na quinta às 19:00, fui para Campinas...

ABPMC EM CAMPINAS
O que eu mais gostei do congresso da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental foi entender o que estava sendo apresentado, o que não ocorreu na FESBE. Dentro da Psicologia, os produtos e perspectivas da ABPMC são os que mais fazem sentido para mim. Ao contrário de congressos mais generalistas, congressos específicos como foi o de Campinas apresentam muito mais capacidade de se aprofundar. Vê-se muitas descobertas e apreende-se muitas idéias. Além disso, a reunião permitiu que eu conhecesse profissionais renomados da área. Vários autores que eu li estavam lá, a um passo de uma boa conversa. Nunca aprendi tanto em um congresso quanto aprendi na ABPMC.

O nível de ciência no congresso sobre análise do comportamento é alto, mas ainda não tanto quanto foi o de biologia experimental. Isso não impediu o fato de eu ter considerado a reunião da ABPMC como o melhor congresso que já fui. Estava impecavelmente organizado, em um hotel fenomenal. Todo o ambiente foi planejado para que todos se sentissem bem o tempo todo! E deu certo! Não se poderia esperar nada diferente de um congresso sobre análise do comportamento, que enfatiza o controle do meio ambiente sobre o comportamento.

Apresentei um trabalho que ainda pode dar o que falar. O que eu fiz foi propor a mudança do nome de alguns conceitos. Não quis reformular os conceitos, apenas apontar nomes diferentes para eles. Vou lutar pela idéia. É capaz de que daqui alguns anos, a mudança comece a ser concreta.

Quanto à cidade de Campinas: um lixo de cidade. Campineiros que me perdoem, mas a cidade é feia. Para piorar, dez de cada nove campineiros aconselhavam a todos que não andassem sozinhos pelas ruas, pois era perigoso. Como curtir uma cidade assombrada dessas? Feia demais, aparentemente perigosa demais. E olha, é difícil eu não curtir uma cidade.

...
Uma última coisa para dizer: em ambos os congressos eu conhecia algumas pessoas. Em ambos, eu ri o tempo todo. Em Campinas, rimos exageradamente. Todo mundo fica mais engraçado em congressos. Os comportamentos de congresso sempre bombam! Precisamos escrever um artigo sobre isso.

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